O
americano Edward Hopper (1882 – 1967) é um dos maiores representantes da escola
Neo-Realista, surgida durante a Primeira Guerra Mundial, cujos artistas
buscavam explorar (e retratar) o espírito da sua época por meio das cores e formas
da vida cotidiana. A obra de Hopper – sejam suas paisagens, aquarelas ou
retratos – se destaca pelo domínio da luz e pelos temas sociais de suas
pinturas. Com efeito, as pinturas de Hopper contêm sua visão da sociedade
americana. Em Nighthawks, de 1942, Hopper
congela o zeitgeist americano dos
anos 1940. Uma das imagens mais famosas do século XX, a pintura mostra uma
lanchonete 24 horas, onde três clientes e o empregado se encontram casualmente.
A luz domina a cena, acendendo a noite através da vitrine de vidro. Nighthawks,
com sua composição cuidadosamente construída em contraste com a quase ausência de
narrativa, tornou-se um ícone da cultura americana. Simples e ao mesmo tempo
sofisticada.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
sábado, 22 de junho de 2013
Zinaida Serebriakova - Tingindo Canvas
Zinaida
Serebriakova (1884 - 1967) buscou expressar com sua obra a beleza das pessoas e
da natureza. Primeira mulher a se destacar na pintura russa, herdeira da escola
Impressionista que flertou com o Expressionismo e o Simbolismo, grande
paisagista e retratista, mestra no domínio da luz, Zinaida transborda sensibilidade,
suavidade – feminilidade. Seus nus femininos estão entre os mais belos (e
sensuais) do gênero. Aliás, como pintora da beleza que via, a imagem da mulher
é tema frequente dos trabalhos dessa artista. Tingindo Canvas, de 1917, traz os principais elementos da arte de
Zinaida Serebriakova. A imagem tem um espírito monumental, cheio de energia e
movimento, celebrando a beleza e força das camponesas russas numa composição
marcada pela harmonia das cores e linhas. Um poema visual à mulher de todos os
tempos e lugares.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
El Greco - Vista de Toledo
A influência de Leonardo, Michelangelo e Rafael foi tanta
que, a partir do início do século XVI todos buscavam imitá-los. Eles tinham, de
fato, estabelecido os parâmetros que guiariam a pintura a partir de então. O
estilo criado pelos pintores que seguiam o roteiro desses três grandes mestres
ficou conhecido como Maneirismo, isto é, à maneira de Leonardo, Michelangelo e
Rafael. Os maneiristas, porém, buscavam ir além dos mestres. Por isso desenvolveram
uma orientação onde prevalece a tensão na composição e o caráter um tanto artificial,
em oposição ao naturalismo renascentista.
El Greco, o apelido de Doménikos Theotokópoulos
(1541 – 1614), foi um dos maiores pintores maneiristas (embora muitos
historiadores da arte o julguem tão único que não o enquadram em nenhuma escola).
Nascido em Creta, treinado na Itália, El Greco foi reconhecido em Toledo, Espanha,
onde se estabeleceu em 1577 e onde permaneceu até a morte. Seu estilo prenuncia
o Expressionismo, com suas figuras alongadas, trêmulas, e uma pigmentação
fantasmagórica ou fantástica. As cores reluzentes aumentam ainda mais a carga
dramática de muitos de seus quadros. Desprezava as convenções de forma e
proporção e acreditava que a graça é a busca suprema da arte. Vista de Toledo, pintado provavelmente
entre 1596 e 1600, traz um dos melhores retratos de céu da arte ocidental. O forte
contraste de cores (das nuvens contra as colinas) causa impacto no espectador e
cria uma atmosfera de tensão e mistério. Além de todas estas e outras qualidades
– as marcas do mestre –, Vista de Toledo também
tem importância histórica: é a primeira paisagem pintada na arte espanhola.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Piet Mondrian - Vista das Dunas com Praia e Molhes
O
holandês Piet Mondrian (1872 - 1944) desenvolveu uma forma muito característica
de pintura abstrata, influenciada pelo Neo-plasticismo. No final da carreira,
chegou à essência dessa abstração, pintando os quadros aos quais sempre associamos
o seu nome: sobre um pano branco, o pintor traçava uma grade com linhas
verticais e horizontais em preto e nas três cores primárias. Foi, porém, um
longo caminho até chegar ao estilo pelo qual Mondrian passou a ser lembrado. Um
passo importante foi dado em 1917 quando ele se associou ao movimento artístico
holandês De Stijl (O Estilo), fundado
por Theo van Doesburg. O ideal do movimento, também chamado de Neo-plasticismo,
é expressar um novo ideal utópico de harmonia e ordem espiritual. O modo de
fazer isso é por meio do abstracionismo e da máxima redução da forma e da cor.
Mondrian já vinha fazendo experiências nesse sentido. Vista das
Dunas com Praia e Molhes (1909), uma obra de estilo pós-impressionista, já se
afasta do figurativo, indo às fronteiras da nãorepresentacão. Aqui, Mondrian
abstrai as formais reais. Na época em que fez essa pintura, o pintor tinha se aproximado
da teosofia e da antroposofia, o que o levou a ver a pintura como meio de adquirir
conhecimento espiritual. Essa busca por iluminação por meio da pintura o levou a se
aprofundar na exploração das formas abstratas.
Dutchman Piet Mondrian (1872 - 1944) developed a
very characteristic form of abstract painting, influenced by Neo-plasticism. At
the end of his career, he came to the essence of this form of abstract art
painting the pictures which we always associate with his name: on a white background,
the painter drew a grid with vertical and horizontal lines in black and the
three primary colors. It was, however, a long way to get to the style for which
Mondrian is now remembered. An important step was taken in 1917 when he joined
the Dutch art movement De
Stijl (The Style), founded by Theo van
Doesburg. The ideal of the movement, also called Neo-plasticism, is to express
a new utopian ideal of spiritual harmony and order. The way to do this is
through the abstraction and the maximum reduction of shape and color. Mondrian
was already experimenting in this direction. View from the Dunes with Beach
and Piers (1909), a work in
post-impressionist style, goes away from the figurative painting and reaches the
borders of non-representation. Here, Mondrian abstracts the real forms. At the
time that he did this painting, the Mondrian had approached theosophy and
anthroposophy, which led him to see the painting as a means of acquiring
spiritual knowledge. And this quest for enlightenment through painting led him to
deepen the exploration of abstract forms.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Rafael Zabaleta – O Sátiro
O espanhol Rafael Zabaleta (1907 – 1960) foi do Expressionismo
ao Pós-cubismo, estilo que acabou por caracterizá-lo. Suas obras do período
expressionista são bastante diferentes da fase pós-cubista, a qual durou os
últimos dez anos da vida do pintor. Embora os quadros da fase expressionista de
Zabaleta estejam entre os melhores dessa escola, foi com o Pós-cubismo que o
pintor atingiu o ápice de sua arte. O
Sátiro, de 1958, é uma das suas pinturas que mais se destacam da fase
pós-cubista. As figuras são desconstruídas e reestruturadas de forma a mostrar
todos os ângulos de uma vez – a proposta cubista. A influência de Picasso, a
quem conheceu em Paris, é marcante. Mesmo o tema – um sátiro fazendo amor – foi
emprestado da Suite Vollard, a bela
coleção de gravuras de Picasso. Mas Zabaleta acrescenta algo mais, próprio, à
experiência cubista. O Sátiro tem uma
leveza característica, um contraponto de cores que marca o estilo do pintor, um
ritmo dado pelas formas e pela composição que tornam Zabaleta um dos maiores artistas
espanhóis do século XX.
Spaniard
Rafael Zabaleta (1907 - 1960) went from the Expressionism to Post-Cubism, a
school that eventually characterized his work. His paintings from the expressionist
period are quite different from the ones of the post-Cubist phase, which lasted
for the last ten years of the painter's life. Although the paintings of his
Expressionist phase are among the best of this school, it was with the
Post-Cubism that Zabaleta reached the peak of his art. The Satyr (1958) is one of his post-cubist paintings that stand out.
The figures are deconstructed and restructured in order to show all angles at
once - the Cubist proposal. The influence of Picasso, whom he met in Paris, is
remarkable. Even the theme - a satyr making love - was borrowed from the Vollard Suite, a beautiful collection of
etchings by Picasso. But Zabaleta adds something else to the cubist experience.
The Satyr has a characteristic
lightness, a counterpoint of colors that marks the style of the painter, a rhythm
given by the forms and the composition that make Zabaleta one of the greatest
Spanish artists of the twentieth century.
sábado, 25 de maio de 2013
Diego Velásquez – Vênus ao Espelho
Um
dos primeiros artistas da escola barroca, Diego Velásquez (1599 – 1660) se
destacou como retratista. Seu trabalho na corte do rei espanhol Felipe IV o catapultou
à fama. Depois de ver um retrato seu pintado por Velásquez, hoje perdido, o rei
sentenciou que nunca nenhum outro pintor o retrataria novamente. Com efeito, Velásquez veio a fazer quarenta retratos de Felipe IV. Além da família real, imortalizou anões e
bufões da corte. Mestre da composição, dono de poderosa imaginação, Velásquez também transpôs
para a tela épicos históricos e marcos culturais com uma forte carga dramática –
algo bem característico do barroco. Como marca de seu gênio, abriu novos
caminhos para novas gerações de pintores. Na terceira fase da sua carreira, adotou um modo de pintar
que veio a ser chamado de “manera abreviada”
que influenciou os impressionistas, especialmente Édouard Manet, e inspirou
os modernistas, como Pablo Picasso e Salvador Dalí.
O tema central de Vênus ao Espelho, pintado entre 1647 e
1551, é, antes de tudo, a beleza. A composição do quadro é notável. As cortinas
e os lençóis acompanham as lânguidas curvas do corpo de Vênus. De fato, o ritmo da
pintura é dado pelas curvas da deusa. As cores seguem, como que comandadas, o tom róseo da pele da Vênus. O
rosto desfocado ao espelho, embora ao fundo, domina a cena. Através do espelho,
Vênus contempla o espectador. Aqui, Velásquez não pinta uma deusa, mas uma
mortal – na verdade, retrata a deusa em uma mortal. A luz brinca nas costas da
modelo, evocando o aspecto divino que toda mulher traz em si. Singela em sua
nudez, poderosa em sua beleza. Deusa.
One of the first artists of the Baroque school, Diego Velazquez (1599 - 1660) excelled as a portraitist. His work at the court of the Spanish king Felipe IV catapulted him to fame. After seeing his portrait painted by Velázquez, a work now lost, the king ruled that no other painter would ever portray him again. Indeed, Velasquez came to paint forty portraits of Philip IV. Besides members of the royal family, he immortalized in paint some of the dwarfs and buffoons of the court. Master of composition, owner of a powerful imagination, Velásquez also transposed to the screen historical epics and cultural landmarks with a strong dramatic charge - something very characteristic of the Baroque. As a mark of his genius, he opened new avenues for new generations of painters. In the third phase of his career, he adopted a way of painting that came to be called "manera abreviada" (abbreviated manner) that influenced the Impressionists, especially Édouard Manet, and inspired Modernists such as Pablo Picasso and Salvador Dalí.
The central theme of the Rokeby Venus, painted between 1647 and 1551, is, above all, beauty. The composition of the painting is remarkable. The curtains and sheets follow the languid curves of the body of Venus. In fact, the rhythm of the painting is given by the curves of the goddess. The colors follow, as if commanded, the rosy shade of Venus’ skin. The blurred face in the mirror, although in the background, dominates the scene. Venus contemplates the viewer through the looking Glass. Here, Velasquez does not paint a goddess, but a mortal - in fact, depicts the goddess in every mortal women. The light plays on the back of the model, evoking the divine aspect that every woman carries within herself. Simple in her nakedness, powerful in her beauty. Goddess.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Juan Miró - Uma Gota de Orvalho Caindo da Asa de um Pássaro Desperta Rosália que Dormia à Sombra de uma Teia de Aranha
Joan
Miró (1893 – 1983) afirmava que queria “assassinar a pintura” para, assim,
estabelecer novos parâmetros visuais, reinventando essa arte. De fato, Miró deu
outro sentido à pintura figurativa. Criou símbolos, evocou arquétipos,
trouxe à tona imagens que habitam as profundezas do imaginário humano. Por
isso, sua obra é associada à escola surrealista. O próprio André Breton, fundador
do Surrealismo, admitiu que Miró era “o mais surrealista de todos nós”. Curiosamente,
apesar de a arte de Miró vir do subconsciente (ou, até, mais profundamente, do
inconsciente), ele não se associou ao movimento surrealista, pois queria liberdade
para criar – e pertencer a uma escola limita, com efeito, os rompantes
criativos.
Mas, sem dúvida, a arte de Miró pulsa a partir do inconsciente.
Foi um dos primeiros a desenvolver o “desenho automático”, uma técnica usada por
muitos pintores surrealistas (inclusive Dali) que busca dar vazão à expressão
do subconsciente ao deixar a mão fazer traços aleatórios sobre a tela, fugindo
do controle racional. Os riscos casuais formam imagens oníricas, primevas,
onipresentes. O efeito é poderoso. Bom exemplo é Uma Gota de Orvalho Caindo da Asa de um Pássaro Desperta Rosália que
Dormia à Sombra de uma Teia de Aranha, de 1939. O quadro pode ser o que o
título implica ou o que o espectador quiser ver. Miró é mestre, de fato, em
despertar diferentes olhares, visões diversas, em quem observa suas pinturas.
Um ilusionista que, em vez de fumaça e espelhos, lança mão de luz e cor para
fazer sua mágica.
Joan Miró (1893 - 1983) stated that he wanted
to "assassinate painting" to thereby establish new visual parameters,
reinventing this art. In fact, Miró gave another meaning to figurative
painting. He created symbols, evoked archetypes, brought up images that inhabit
the depths of the human imagination. Therefore, his work is associated with surrealism.
André Breton, the founder of Surrealism, admitted that Miró was "the most
Surrealist of us all." Interestingly, although the art of Miró come from
the subconscious (or even deeper, from the unconscious), he did not join the
Surrealist movement, because he wanted to be free to create - and to belong to
a school does limit the creative outbursts .
But undoubtedly, the art of Miró pulses from
the unconscious. He was one of the first artists to use and develop "automatic
drawing", a technique used by many surrealist painters (including Dali)
that seeks to give vent to the expression of the subconscious by letting the
hand do random strokes on the canvas, fleeing the rational control. The lines form
dreamlike, primal, ubiquitous figures. The effect is powerful. A good example
is Dew Drop Falling
from the Wing of a Bird Awakens Rosalie who slept in the Shadow of a Spider Web, from 1939. The work may be what the title
implies or whatever the viewer wants to see. Miró is a master in awakening
different points of view, different visions, in the one who observes his
paintings. An illusionist who, instead of smoke and mirrors, makes use of light
and color to do his magic.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Alan Ebnother - Sem Título
Segundo o pintor americano Alan
Ebnother (1952 - ) “não há nada na pintura além da tinta”. Embora polêmica (e
simplista) a frase define bem a abordagem da Escola Concretista, iniciada nos
anos 1930. Para os concretistas, o abstracionismo deve ser livre de qualquer
associação simbólica com a realidade, pois as linhas e cores já são, em si,
concretas. Assim, o Concretismo busca acabar com a distinção entre forma e
conteúdo, criando uma nova linguagem. Os óleos de Ebnother, caracterizados pelo
impasto, espelham a tônica concretista. A densa pigmentação traz movimento à
pintura de uma forma própria, dando vida à obra – uma vida perceptível,
concreta. A pintura aqui exposta Sem Título é um bom exemplo da arte de Ebnother: densa, intensa, concreta.
According to the American painter Alan Ebnother
(1952 -) "there is nothing to paint, except paint itself." Although
controversial the phrase defines well the Concretist School
approach, initiated in the 1930s. For concretists, the abstract should be free
of any symbolical association with reality, because the lines and colors are
already concrete. So Concretism seeks to end the distinction between
form and content, creating a new language. Ebnother oils, characterized by
impasto, reflect the tone of the Concrete movement. The dense pigmentation
brings movement to the painting in a special way, giving life to the work - a perceptibly concrete life. The painting posted here (Untitled)
is a good example of Ebnother’s art: dense, intense, concrete.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Leonardo da Vinci - A Mona Lisa
Leonardo da Vinci (1452
- 1519) acordou antes da hora, na madrugada dos tempos, enquanto seus contemporâneos ainda dormiam.
E como era o único a estar desperto, ele anteviu o amanhã. Gênio inquieto,
símbolo do espírito do Renascimento, Leonardo
foi, além
de pintor e arquiteto, engenheiro, inventor, cartógrafo, projetista, engenheiro
mecânico, cientista, anatomista, músico, astrônomo, geólogo, escultor,
matemático, químico
e escritor.
Giorgio
Vasari (1511 – 1574), o primeiro autor a traçar
uma história da arte sistematizada, conhecida simplesmente como Le Vite, considerava que havia apenas quatro
artistas que estão no patamar daquilo que ele chamava de “graça” (a plenitude
conferida na obra através de uma leveza excepcional): Leonardo, Rafael, Bramante
e Michelangelo. A
sutileza do Leonardo vem da técnica do sfumato,
isto é, o emprego de várias camadas muito tênues de tintas, suavizando as cores e contornos. A
produção de Leonardo foi pequena e só sobreviveram 17 pinturas atribuídas a
ele. Mesmo assim, o impulso que essas obras deram no desenvolvimento da arte é
considerável. Seu conhecimento de
anatomia, conferiu
perfeição dramática às suas imagens.
Para tanto, ele dissecou cerca de trinta cadáveres, num tempo em que isso era
relacionado à feitiçaria e punível com a morte. Leonardo também
desenvolveu projetos de armas e outras máquinas
militares. Embora
fosse vegetariano e tivesse uma piedade pelos animais e pessoas incomum em sua
época, Leonardo não mostrou ser um pacifista. Numa carta onde oferece
seus serviços a Ludovico Sforza, o duque de Milão, que viria a ser seu mecenas,
Leonardo se gaba de seus conhecimentos de engenharia militar e da possibilidade
de conceber uma grande diversidade de armamentos para serem usados contra seus
inimigos em terra e no mar.
A
obra mais famosa de Leonardo – que também é a pintura mais conhecida do mundo –
é A Mona Lisa,
ou A Gioconda. Era a obra preferida do mestre, que a
levava consigo em todas as suas viagens. Não se trata de uma obra narrativa e
sua força está na atmosfera de mistério que a permeia: Lisa tem o poder de
desencadear a imaginação. Isso deriva do Sfumato. Leonardo colocou o
sombreado nos lugares do rosto que dão expressão, em volta da boca e do olho. Onde
há penumbra, o observador completa com a
imaginação. Originalmente,
a pintura era maior. Ela tinha dois painéis que mostravam Lisa sentada em um
terraço. Apesar dos rumores de
que a pintura seria um autorretrato de Leonardo como mulher,
tudo indica que a obra tenha sido encomendada como um retrato de Madonna Lisa,
a esposa do rico burguês Francesco di Bartolomeo del Giocondo. Mas a
identificação do pintor com sua modelo são claras. Leonardo a entretinha com
música e com a companhia de um gato persa branco e um cão gaulês, enquanto a
pintava – quase sempre de manhã, sob sua luz preferida. Leonardo chegou a criar
música a partir de uma fonte onde a água caía em sinos, produzindo sons
agradáveis. O quadro foi originalmente pintado em óleo sobre madeira de álamo e comprado pelo rei da França por
quatro mil ducados – uma verdadeira
fortuna. Para se ter uma ideia desse valor, durante os seis anos que
Leonardo trabalhou sob Carlos d’Amboise, o governador do rei da França em
Milão, ele recebeu a nababesca quantia de 2.400 ducados. Detalhe: Leonardo só entregaria o quadro a
Francisco I após sua morte. Depois da Revolução Francesa, o quadro foi
transferido para o Louvre. Napoleão usou-o para decorar seu quarto até ser
exilado. Então, A Mona Lisa voltou
para o Louvre. Depois
de ter sido roubada, em 1911, quando ficou desaparecida por dois anos, e de ter
sofrido, em 1956, um atentado de um visitante com problemas mentais que jogou
ácido sobre a tela, a tela só saiu do museu uma única vez, em 1974, quando foi
exibida no Japão. Hoje, está determinado que a pintura não sai do Louvre: os
riscos são muito altos.
Leonardo da Vinci (1452 - 1519) woke up at the dawn of
time while his contemporaries were still asleep. And as he was the only one to
be awake, he foresaw the future. Restless genius, symbol of the spirit of the
Renaissance, Leonardo was multimedia: Painter, architect, engineer, inventor,
cartographer, draftsman, mechanical engineer, scientist, anatomist, musician,
astronomer, geologist, sculptor, mathematician, chemist and writer.
Giorgio Vasari (1511 -
1574) – the first author to outline a systematic art history, a book known as Le
Vite – considered that there were only
four artists who are at the level of what he called "grace":
Leonardo, Raphael, Bramante and Michelangelo.
As for Leonardo the subtlety comes from his sfumato technique, i.e., the use of very thin
layers of paint that soften the colors and contours. The production of Leonardo
was small and only 17 paintings attributed to him survived. Still, the impulse
that these works gave to the development of the arts is considerable. His
knowledge of anatomy gave dramatic perfection to his images. To do so, he
dissected about thirty corpses, at a time when such practice was linked to
witchcraft and punishable by death. Leonardo also developed designs of weapons
and other military machines. Although he was a vegetarian and had pity for
animals and people – something unusual in his time – Leonardo did not prove to
be a pacifist. In a letter in which he offers his services to Ludovico Sforza,
Duke of Milan, who was to become his patron, Leonardo brags about his knowledge
of military engineering and the possibility of developing a wide variety of
weapons to use against the Duke’s enemies on land and at sea.
Leonardo’s most famous work - which is also the most famous painting in the world - is the Mona Lisa or La Gioconda. It was Leonardo’s favorite work and he always took it with him on all his travels. It is not a narrative work and its strength is in the atmosphere of mystery that pervades it. In fact, Lisa has the power to unleash the imagination. This is due to Sfumato. Leonardo put the shading in places - around the mouth and eye - that give expression to the face. The darkness in these places is completed by the observer's imagination. Originally, the painting was larger. It had two panels showing Lisa sitting on a terrace. Despite rumors that the painting would be a self-portrait of Leonardo as a woman, it seems that the work was commissioned as a portrait of Madonna Lisa, the wife of wealthy bourgeois Francesco di Bartolomeo del Giocondo. But the identification of the painter with his model is clear. Leonardo entertained her with music and the company of a white Persian cat and a Gaul dog. He almost always painted in the morning, under his favorite light. Leonardo came to create music from a fountain where the water fell on bells, producing pleasant sounds to entertain Lisa. The picture was originally painted in oil on poplar wood and purchased by the King of France for four thousand ducats - a fortune. To get an idea of this value, during the six years that Leonardo worked under Charles d'Amboise, governor of the king of France in Milan, he received the sum of 2,400 ducats. Detail: Leonardo only delivered the Mona Lisa to Francis I after his death. After the French Revolution, the painting was moved to the Louvre. Napoleon used it to decorate his room until he was exiled. Then Mona Lisa returned to the Louvre. After being stolen in 1911, when it was missing for two years, and having suffered an attack in 1956 from a visitor with mental problems who threw acid on the screen, the painting just came out of the museum once in 1974, when it was exhibited in Japan. Today, it is determined that the Mona Lisa does not leave the Louvre: the risks are too high.
Leonardo’s most famous work - which is also the most famous painting in the world - is the Mona Lisa or La Gioconda. It was Leonardo’s favorite work and he always took it with him on all his travels. It is not a narrative work and its strength is in the atmosphere of mystery that pervades it. In fact, Lisa has the power to unleash the imagination. This is due to Sfumato. Leonardo put the shading in places - around the mouth and eye - that give expression to the face. The darkness in these places is completed by the observer's imagination. Originally, the painting was larger. It had two panels showing Lisa sitting on a terrace. Despite rumors that the painting would be a self-portrait of Leonardo as a woman, it seems that the work was commissioned as a portrait of Madonna Lisa, the wife of wealthy bourgeois Francesco di Bartolomeo del Giocondo. But the identification of the painter with his model is clear. Leonardo entertained her with music and the company of a white Persian cat and a Gaul dog. He almost always painted in the morning, under his favorite light. Leonardo came to create music from a fountain where the water fell on bells, producing pleasant sounds to entertain Lisa. The picture was originally painted in oil on poplar wood and purchased by the King of France for four thousand ducats - a fortune. To get an idea of this value, during the six years that Leonardo worked under Charles d'Amboise, governor of the king of France in Milan, he received the sum of 2,400 ducats. Detail: Leonardo only delivered the Mona Lisa to Francis I after his death. After the French Revolution, the painting was moved to the Louvre. Napoleon used it to decorate his room until he was exiled. Then Mona Lisa returned to the Louvre. After being stolen in 1911, when it was missing for two years, and having suffered an attack in 1956 from a visitor with mental problems who threw acid on the screen, the painting just came out of the museum once in 1974, when it was exhibited in Japan. Today, it is determined that the Mona Lisa does not leave the Louvre: the risks are too high.
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Portinari - Guerra e Paz
Cândido Torquato Portinari (1903 –
1962) foi um dos maiores pintores brasileiros, um mestre do neo-realismo. A extensão
de sua obra é notável. De ilustrações de livros a retratos; de pequenas telas a
murais e afrescos. Suas pinturas são despojadas de tridimensionalidade e de volume,
valorizando mais a cor e o tema. Comunista (precisou se exilar no Uruguai
durante o governo Dutra), grande parte dos temas de seus trabalhos abrangem o
aspecto social: retirantes nordestinos, lavradores, cenas marcantes da História
do Brasil. Morreu cedo, por problemas decorrentes do envenenamento por chumbo,
presente nas tintas que usava.
Guerra e Paz, dois enormes painéis de 10 x
14 metros pintados para decorar a sede da ONU, em Nova York, entre 1952 e 1956.
Os azuis se sobressaem e, como Guernica, que tanto impressionou Portinari, a pintura
da Guerra realça o sofrimento dos inocentes (representados por mulheres e crianças) - rostos e mãos voltados para o céu, na esperança que algum deus os salve - e tira a relevância dos soldados, comparando-os a feras. Contradição das contradições - como a guerra e a paz -,
embora a ONU exibisse a pintura do grande mestre brasileiro, as autoridades
americanas não lhe concederam visto de entrada para ver a inauguração, uma vez
que Portinari era notório comunista.
Candido Torquato Portinari
(1903 - 1962) was one of the greatest Brazilian artists, a master of
neo-realism. The extent of his work is remarkable. From Illustrations of books
to portraits; from small screens to murals and frescoes. His paintings are stripped
of depth and volume, giving more attention
to color and theme. Communist (had to go into exile in Uruguay during the Dutra
administration), many of his paintings themes include the social aspect:
Northeastern migrants, peasants, workers, or remarkable scenes in the history
of Brazil. He died early due to problems arising from lead poisoning – a chemical
which was present in the inks he used.
War
and Peace, two huge panels of 10 x 14 meters, was painted between 1952 and 1956
to decorate the UN headquarters in New York. The blue shades stand out and, as
Guernica which so impressed Portinari,
the panel War depicts the
suffering of the innocent (represented by women and children) - faces and hands
toward the sky in the hope that some god save them - and diminishes the
relevance of the soldiers, comparing them to wild beasts. Contradiction of
contradictions - such as war and peace - although the UN exhibited the painting
of the great Brazilian master, American authorities did not grant him a visa to
see the inauguration of the panel since Portinari was a notorious communist.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Goya - Três de Maio de 1808
Os
temas e as cores de Goya são fortes, emocionantes, marcantes como o próprio espírito
da Espanha. Francisco José de Goya y Luciendes (1746 – 1828) é considerado o
último dos grandes mestres e o primeiro dos modernos. Sua obra é, sobretudo, crítica, subversiva.
Mais que pintor e gravurista, Goya é um cronista e comentarista que narra seu tempo
com cores delicadas tornadas violentas. Sua série de gravuras Os
Desastres da Guerra é um protesto contra a violência das guerras
napoleônicas - um macabro retrato do lado obscuro da alma humana. Claramente um
canal catártico para o autor, as gravuras transbordam a raiva com que foram
produzidas. Os trabalhos do final da vida, pintados com tons sombrios em telas
ou nas paredes da Quinta Del Sordo,
entre os quais estão Saturno Devorando um
de seus Filhos, foram considerados essenciais para se compreender a condição
humana nos tempos modernos.
Três de Maio
de 1808, pintado em 1814, celebra a resistência espanhola à invasão de
Napoleão. Reconhecida como uma das primeiras pinturas da era moderna, sua força
emocional a transformou numa imagem arquetípica dos horrores da guerra. Morte
ao amanhecer: a dramática luz que jorra da lanterna postada ao centro, as
linhas retas, duras da postura e dos rifles dos soldados contrastando com a
irregularidade de formas das vítimas, a grandiosidade dos rebeldes e a pequenez
dos soldados, mostrada pela proporção alterada das figuras. A cena ecoa, de
fato, a velha frase de Plauto (254 – 184 a.C.): “o homem é o lobo do homem”. E,
provavelmente, nunca vai deixar de ser.
The themes and colors of Goya are strong,
exciting, striking as the very spirit of Spain. Francisco José de Goya y
Luciendes (1746 - 1828) is considered the last of the great masters and the
first of the moderns. His work is especially critical, subversive. More than a painter
and printmaker, Goya is a portrayer and commentator of his time and he does it with
delicate colors. His series of etchings The Disasters of War is a protest against the violence of the
Napoleonic Wars - a macabre portrait of the dark side of the
human soul. Clearly a cathartic channel for the author, the etchings overflow with the anger with which
they were produced. The work of the end of his life(among which are the famous Saturn Devouring one of his Children), painted in dark tones on canvases or on
the walls of the Quinta del Sordo, are
considered essential to understand the human condition in modern times.
Three of May
1808, painted in 1814, celebrates the
Spanish resistance to Napoleon's invasion. Recognized as one of the first
paintings of the modern era, it has become an archetypal image of the horrors
of war. Death at dawn: the dramatic light that streams from the lantern posted
to the center, the straight lines, the stiff posture and rifles of the soldiers
in contrast to the irregular shapes of the victims, the great size of the rebel
and the smallness of the soldiers, shown by the altered proportion of the figures.
The scene echoes, in fact, the old phrase by Plautus (254-184 BC): "man is
a wolf to man." And will probably
never cease to be.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Simon Renard de Saint-André - Vanitas
O
conceito de Vanitas na arte, associado a naturezas mortas, desenvolveu-se nos
Países Baixos (mas não exclusivamente) nos séculos XVII e XVIII. A palavra
latina significa “vaidade” e é um lembrete da natureza transitória da vida: um
dia, belo e jovem; amanhã, morto e decomposto. Obras evocando o conceito de
Vanitas eram muito comuns na arte funerária da Idade Média. Aqui, não é a beleza que vale, mas o
conceito de memento mori - a evocação simbólica ou artística da inevitabilidade da morte.
Simon Renard de
Saint-André (1613 – 1677) foi famoso em vida como retratista, mas hoje é mais
conhecido pelas suas refinadas Vanitas, nas quais instrumentos musicais e
crânios ocupam papel central em lembrar a brevidade da vida. Mórbido? Não.
Apenas real. Afinal, nada mais certo que a inscrição grafada à entrada de diversos cemitérios
espalhados pelo mundo cristão, “nós [os
mortos] que aqui estamos, por vós [os
vivos] esperamos”.
The concept of Vanitas in art - often associated with still lifes - developed in the Netherlands (but not only) in the seventeenth and eighteenth centuries. The Latin word means "vanity" and is a reminder of the transitory nature of life: one day, beautiful and young; tomorrow dead and decomposed. Works evoking the concept of Vanitas were very common in the funerary art of the Middle Ages. Here, it is not beauty that matters, but the concept of memento mori - a symbolic or artistic evocation of the inevitability of death.
Simon Renard de Saint-André (1613 - 1677) was famous in his lifetime as a portraitist, but today he is best known for his refined Vanitas, in which musical instruments and skulls play a central role in reminding the brevity of life. Morbid? No. Only real. After all, nothing is more certain than the inscription shown above the gates of many cemeteries in the Christian world, "we [the dead] who are here await thee [the living]."
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Pablo Picasso - Guernica
Talvez
o maior mérito de Pablo Picasso (1881 - 1973) tenha sido explorar o feio, apresentando-o,
quem sabe, como belo. Salvador Dalí, em seu Libelo
Contra a Arte Moderna destaca essa característica sem se referir a Picasso,
mas ao Modernismo de forma geral. E, sem dúvida, Picasso é o maior esteta do
feio. Sua obra é niilista. Desconstrói , destrói, abrindo espaço para novos
caminhos na arte. É um projeto artístico arriscado, o qual Picasso abraçou com
o ardor do gênio que era. Com efeito, ele por vezes consegue transformar o feio
em belo ou, quando não, ao menos acomoda a estética do feio ao imaginário do
observador. Dessa forma, expandiu as fronteiras da arte como poucos antes
dele o fizeram. Machista, ególatra, um tanto selvagem, Picasso foi um explorador
que se recriou na medida em que evoluiu. Das primeiras pinturas calcadas no
Realismo da década de 1890 à co-invenção do Cubismo nos anos 1920, das colagens
às pinturas de cunho político do pós-guerra, das gravuras e cerâmicas às
esculturas, Picasso deu vasão à sua elétrica inquietação, à qual a arte tanto deve.
Durante
a ocupação nazista de Paris, na Segunda Guerra, oficiais alemães iam com frequência
ao seu estúdio para confiscar algumas das suas obras. Numa dessa ocasiões, o
oficial que avaliava os diversos quadros e esculturas deparou-se com Guernica, obra pintada em 1937 que
representa o bombardeio alemão da cidade do mesmo nome, durante a Guerra Civil
Espanhola. O oficial perguntou a Picasso, num tom jocoso que denunciava sua
desaprovação àquele quadro feio, se tinha sido ele que fez aquilo. “Não”,
respondeu Picasso. “Foram vocês”. De fato, a intenção de Picasso nesse quadro é
retratar o drama e a carnificina perpetrada pelos nazistas em Guernica - um prelúdio à Segunda Guerra. É um quadro cheio de som e de fúria.
Retrata de forma pungente e emocionante a crueldade, a dor, a angústia, a covardia e a insensatez que é a
guerra . É grotesco. Grotescamente belo.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Jan Vermeer - Vista de Delft
A
Holanda é o berço de influentes mestres da pintura. Jan Vermeer (1632 – 1675)
foi um deles. Vermeer retratou os interiores e as vidas nas casas de classe média
de Delft, sua cidade natal, onde conseguiu relativo reconhecimento durante a
vida. Além do aspecto humano, o uso de pigmentos caros, especialmente para
produzir tons azuis e amarelos, e o tratamento da luz (é considerado um dos
maiores mestres da luz) são suas principais características. Vermeer caiu no
esquecimento depois da morte, mas foi redescoberto no século XIX e, hoje, é
considerado um dos maiores nomes da Era Dourada da Holanda - o período compreendido entre o final do
século XVI e o seguinte, quando que a Holanda atingiu seu apogeu econômico e
cultural, liderando as ciência, filosofia e artes europeias.
Vermeer pintava
lentamente, sempre buscando a perfeição. Em Vista
de Delft, produzido entre 1660 e 1661, ele “pega uma realidade turbulenta e
a transforma num paraíso na Terra”, conforme escreveu um crítico. Criado num
tempo em que as paisagens urbanas não eram comuns, é um dos quadros mais
populares de Vermeer. A luz parece se derramar em cascata sobre a cidade,
pintando a cena. Aqui Vermeer também lança mão da técnica do pontilhismo,
empregada posteriormente por artistas como George Seurat e Van Gogh.
terça-feira, 26 de março de 2013
Claude Monet - Impressão, Alvorecer
O
impressionismo é um divisor de águas na história da arte. Ao mesmo tempo em que
é precedido por uma cadeia de pintores que abrem caminho para essa escola - El Greco,
Rembrandt, Franz Hals, William Turner, William Holman Hunt, para citar alguns -,
preparou o terreno onde, décadas depois, viria florescer o modernismo. Surgido
na França, o impressionismo introduz elementos que rompem definitivamente com o
passado da pintura: enfatiza a apurada representação da luz, especialmente nos
efeitos que suas mudanças produzem, usa composição aberta, inclui o movimento
como elemento crucial da percepção e experiência humanas e lança mão de ângulos
visuais incomuns. As explorações dos pintores impressionistas se estenderam por
três gerações entre os anos de 1870 e 1880 e também influenciaram músicos e
escritores. O nome dessa escola vem de um quadro de Claude Monet (1840 - 1926),
Impressão, Alvorecer (Impression, Soleil Levant), datado de
1872. Produzido com pinceladas soltas que mais sugerem do que delineiam a
paisagem, a pintura mostra a baía de La Havre sob a luz do sol nascente,
brilhando através da neblina. Alguns mastros de barcos surgem fantasmagoricamente
ao fundo. “A paisagem não é nada mais que uma impressão instantânea”, explicou
Monet. De fato, em seus quadros, Monet imortalizava momentos – fugazes fragmentos
de tempo, mas que compõem a existência do Homem.
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