quarta-feira, 22 de maio de 2013

Juan Miró - Uma Gota de Orvalho Caindo da Asa de um Pássaro Desperta Rosália que Dormia à Sombra de uma Teia de Aranha

Joan Miró (1893 – 1983) afirmava que queria “assassinar a pintura” para, assim, estabelecer novos parâmetros visuais, reinventando essa arte. De fato, Miró deu outro sentido à pintura figurativa. Criou símbolos, evocou arquétipos, trouxe à tona imagens que habitam as profundezas do imaginário humano. Por isso, sua obra é associada à escola surrealista. O próprio André Breton, fundador do Surrealismo, admitiu que Miró era “o mais surrealista de todos nós”. Curiosamente, apesar de a arte de Miró vir do subconsciente (ou, até, mais profundamente, do inconsciente), ele não se associou ao movimento surrealista, pois queria liberdade para criar – e pertencer a uma escola limita, com efeito, os rompantes criativos.
Mas, sem dúvida, a arte de Miró pulsa a partir do inconsciente. Foi um dos primeiros a desenvolver o “desenho automático”, uma técnica usada por muitos pintores surrealistas (inclusive Dali) que busca dar vazão à expressão do subconsciente ao deixar a mão fazer traços aleatórios sobre a tela, fugindo do controle racional. Os riscos casuais formam imagens oníricas, primevas, onipresentes. O efeito é poderoso. Bom exemplo é Uma Gota de Orvalho Caindo da Asa de um Pássaro Desperta Rosália que Dormia à Sombra de uma Teia de Aranha, de 1939. O quadro pode ser o que o título implica ou o que o espectador quiser ver. Miró é mestre, de fato, em despertar diferentes olhares, visões diversas, em quem observa suas pinturas. Um ilusionista que, em vez de fumaça e espelhos, lança mão de luz e cor para fazer sua mágica.




Joan Miró (1893 - 1983) stated that he wanted to "assassinate painting" to thereby establish new visual parameters, reinventing this art. In fact, Miró gave another meaning to figurative painting. He created symbols, evoked archetypes, brought up images that inhabit the depths of the human imagination. Therefore, his work is associated with surrealism. André Breton, the founder of Surrealism, admitted that Miró was "the most Surrealist of us all." Interestingly, although the art of Miró come from the subconscious (or even deeper, from the unconscious), he did not join the Surrealist movement, because he wanted to be free to create - and to belong to a school does limit the creative outbursts .
But undoubtedly, the art of Miró pulses from the unconscious. He was one of the first artists to use and develop "automatic drawing", a technique used by many surrealist painters (including Dali) that seeks to give vent to the expression of the subconscious by letting the hand do random strokes on the canvas, fleeing the rational control. The lines form dreamlike, primal, ubiquitous figures. The effect is powerful. A good example is Dew Drop Falling from the Wing of a Bird Awakens Rosalie who slept in the Shadow of a Spider Web, from 1939. The work may be what the title implies or whatever the viewer wants to see. Miró is a master in awakening different points of view, different visions, in the one who observes his paintings. An illusionist who, instead of smoke and mirrors, makes use of light and color to do his magic.

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