quarta-feira, 1 de maio de 2013

Leonardo da Vinci - A Mona Lisa

Leonardo da Vinci (1452 - 1519) acordou antes da hora, na madrugada dos tempos, enquanto seus contemporâneos ainda dormiam. E como era o único a estar desperto, ele anteviu o amanhã. Gênio inquieto, símbolo do espírito do Renascimento, Leonardo foi, além de pintor e arquiteto, engenheiro, inventor, cartógrafo, projetista, engenheiro mecânico, cientista, anatomista, músico, astrônomo, geólogo, escultor, matemático, químico e escritor.
Giorgio Vasari (1511 – 1574), o primeiro autor a traçar uma história da arte sistematizada, conhecida simplesmente como Le Vite, considerava que havia apenas quatro artistas que estão no patamar daquilo que ele chamava de “graça” (a plenitude conferida na obra através de uma leveza excepcional): Leonardo, Rafael, Bramante e Michelangelo. A sutileza do Leonardo vem da técnica do sfumato, isto é, o emprego de várias camadas muito tênues de tintas, suavizando as cores e contornos. A produção de Leonardo foi pequena e só sobreviveram 17 pinturas atribuídas a ele. Mesmo assim, o impulso que essas obras deram no desenvolvimento da arte é considerável.  Seu conhecimento de anatomia, conferiu perfeição dramática às suas imagens. Para tanto, ele dissecou cerca de trinta cadáveres, num tempo em que isso era relacionado à feitiçaria e punível com a morte. Leonardo também desenvolveu projetos de armas e outras máquinas militares. Embora fosse vegetariano e tivesse uma piedade pelos animais e pessoas incomum em sua época, Leonardo não mostrou ser um pacifista. Numa carta onde oferece seus serviços a Ludovico Sforza, o duque de Milão, que viria a ser seu mecenas, Leonardo se gaba de seus conhecimentos de engenharia militar e da possibilidade de conceber uma grande diversidade de armamentos para serem usados contra seus inimigos em terra e no mar.
A obra mais famosa de Leonardo – que também é a pintura mais conhecida do mundo – é A Mona Lisa, ou A Gioconda. Era a obra preferida do mestre, que a levava consigo em todas as suas viagens. Não se trata de uma obra narrativa e sua força está na atmosfera de mistério que a permeia: Lisa tem o poder de desencadear a imaginação. Isso deriva do Sfumato. Leonardo colocou o sombreado nos lugares do rosto que dão expressão, em volta da boca e do olho. Onde há penumbra, o observador completa com a imaginação. Originalmente, a pintura era maior. Ela tinha dois painéis que mostravam Lisa sentada em um terraço. Apesar dos rumores de que a pintura seria um autorretrato de Leonardo como mulher, tudo indica que a obra tenha sido encomendada como um retrato de Madonna Lisa, a esposa do rico burguês Francesco di Bartolomeo del Giocondo. Mas a identificação do pintor com sua modelo são claras. Leonardo a entretinha com música e com a companhia de um gato persa branco e um cão gaulês, enquanto a pintava – quase sempre de manhã, sob sua luz preferida. Leonardo chegou a criar música a partir de uma fonte onde a água caía em sinos, produzindo sons agradáveis. O quadro foi originalmente pintado em óleo sobre madeira de álamo e comprado pelo rei da França por quatro mil ducados – uma verdadeira fortuna. Para se ter uma ideia desse valor, durante os seis anos que Leonardo trabalhou sob Carlos d’Amboise, o governador do rei da França em Milão, ele recebeu a nababesca quantia de 2.400 ducados. Detalhe: Leonardo só entregaria o quadro a Francisco I após sua morte. Depois da Revolução Francesa, o quadro foi transferido para o Louvre. Napoleão usou-o para decorar seu quarto até ser exilado. Então, A Mona Lisa voltou para o Louvre. Depois de ter sido roubada, em 1911, quando ficou desaparecida por dois anos, e de ter sofrido, em 1956, um atentado de um visitante com problemas mentais que jogou ácido sobre a tela, a tela só saiu do museu uma única vez, em 1974, quando foi exibida no Japão. Hoje, está determinado que a pintura não sai do Louvre: os riscos são muito altos.




Leonardo da Vinci (1452 - 1519) woke up at the dawn of time while his contemporaries were still asleep. And as he was the only one to be awake, he foresaw the future. Restless genius, symbol of the spirit of the Renaissance, Leonardo was multimedia: Painter, architect, engineer, inventor, cartographer, draftsman, mechanical engineer, scientist, anatomist, musician, astronomer, geologist, sculptor, mathematician, chemist and writer.
Giorgio Vasari (1511 - 1574) – the first author to outline a systematic art history, a book known as Le Vite – considered that there were only four artists who are at the level of what he called "grace": Leonardo, Raphael, Bramante and Michelangelo.  As for Leonardo the subtlety comes from his sfumato technique, i.e., the use of very thin layers of paint that soften the colors and contours. The production of Leonardo was small and only 17 paintings attributed to him survived. Still, the impulse that these works gave to the development of the arts is considerable. His knowledge of anatomy gave dramatic perfection to his images. To do so, he dissected about thirty corpses, at a time when such practice was linked to witchcraft and punishable by death. Leonardo also developed designs of weapons and other military machines. Although he was a vegetarian and had pity for animals and people – something unusual in his time – Leonardo did not prove to be a pacifist. In a letter in which he offers his services to Ludovico Sforza, Duke of Milan, who was to become his patron, Leonardo brags about his knowledge of military engineering and the possibility of developing a wide variety of weapons to use against the Duke’s enemies on land and at sea.
Leonardo’s most famous work - which is also the most famous painting in the world - is the Mona Lisa or La Gioconda. It was Leonardo’s favorite work and he always took it with him on all his travels. It is not a narrative work and its strength is in the atmosphere of mystery that pervades it. In fact, Lisa has the power to unleash the imagination. This is due to Sfumato. Leonardo put the shading in places - around the mouth and eye - that give expression to the face. The darkness in these places is completed by the observer's imagination. Originally, the painting was larger. It had two panels showing Lisa sitting on a terrace. Despite rumors that the painting would be a self-portrait of Leonardo as a woman, it seems that the work was commissioned as a portrait of Madonna Lisa, the wife of wealthy bourgeois Francesco di Bartolomeo del Giocondo. But the identification of the painter with his model is clear. Leonardo entertained her with music and the company of a white Persian cat and a Gaul dog. He  almost always painted  in the morning, under his favorite light. Leonardo came to create music from a fountain where the water fell on bells, producing pleasant sounds to entertain Lisa. The picture was originally painted in oil on poplar wood and purchased by the King of France for four thousand ducats - a fortune. To get an idea of ​​this value, during the six years that Leonardo worked under Charles d'Amboise, governor of the king of France in Milan, he received the sum of 2,400 ducats. Detail: Leonardo only delivered the Mona Lisa to Francis I after his death. After the French Revolution, the painting was moved to the Louvre. Napoleon used it to decorate his room until he was exiled. Then Mona Lisa returned to the Louvre. After being stolen in 1911, when it was missing for two years, and having suffered an attack in 1956 from a visitor with mental problems who threw acid on the screen, the painting just came out of the museum once in 1974, when it was exhibited in Japan. Today, it is determined that the Mona Lisa does not leave the Louvre: the risks are too high.

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