sábado, 25 de maio de 2013

Diego Velásquez – Vênus ao Espelho

Um dos primeiros artistas da escola barroca, Diego Velásquez (1599 – 1660) se destacou como retratista. Seu trabalho na corte do rei espanhol Felipe IV o catapultou à fama. Depois de ver um retrato seu pintado por Velásquez, hoje perdido, o rei sentenciou que nunca nenhum outro pintor o retrataria novamente. Com efeito, Velásquez veio a fazer quarenta retratos de Felipe IV. Além da família real, imortalizou anões e bufões da corte. Mestre da composição, dono de poderosa imaginação, Velásquez também transpôs para a tela épicos históricos e marcos culturais com uma forte carga dramática – algo bem característico do barroco. Como marca de seu gênio, abriu novos caminhos para novas gerações de pintores. Na terceira fase da sua carreira, adotou um modo de pintar que veio a ser chamado de “manera abreviada” que influenciou os impressionistas, especialmente Édouard Manet, e inspirou os modernistas, como Pablo Picasso e Salvador Dalí.
O tema central de Vênus ao Espelho, pintado entre 1647 e 1551, é, antes de tudo, a beleza. A composição do quadro é notável. As cortinas e os lençóis acompanham as lânguidas curvas do corpo de Vênus. De fato, o ritmo da pintura é dado pelas curvas da deusa.  As cores seguem, como que comandadas, o tom róseo da pele da Vênus. O rosto desfocado ao espelho, embora ao fundo, domina a cena. Através do espelho, Vênus contempla o espectador. Aqui, Velásquez não pinta uma deusa, mas uma mortal – na verdade, retrata a deusa em uma mortal. A luz brinca nas costas da modelo, evocando o aspecto divino que toda mulher traz em si. Singela em sua nudez, poderosa em sua beleza. Deusa.





One of the first artists of the Baroque school, Diego Velazquez (1599 - 1660) excelled as a portraitist. His work at the court of the Spanish king Felipe IV catapulted him to fame. After seeing his portrait painted by Velázquez, a work now lost, the king ruled that no other painter would ever  portray him again. Indeed, Velasquez came to paint forty portraits of Philip IV. Besides members of the royal family, he immortalized in paint some of the dwarfs and buffoons of the court. Master of composition, owner of a powerful imagination, Velásquez also transposed to the screen historical epics and cultural landmarks with a strong dramatic charge - something very characteristic of the Baroque. As a mark of his genius, he opened new avenues for new generations of painters. In the third phase of his career, he adopted a way of painting that came to be called "manera abreviada" (abbreviated manner) that influenced the Impressionists, especially Édouard Manet, and inspired Modernists such as Pablo Picasso and Salvador Dalí.
The central theme of the Rokeby Venus, painted between 1647 and 1551, is, above all, beauty. The composition of the painting is remarkable. The curtains and sheets follow the languid curves of the body of Venus. In fact, the rhythm of the painting is given by the curves of the goddess. The colors follow, as if commanded, the rosy shade of Venus’ skin. The blurred face in the mirror, although in the background, dominates the scene. Venus contemplates the viewer through the looking Glass. Here, Velasquez does not paint a goddess, but a mortal - in fact, depicts the goddess in every mortal women. The light plays on the back of the model, evoking the divine aspect that every woman carries within herself. Simple in her nakedness, powerful in her beauty. Goddess.

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