domingo, 24 de fevereiro de 2013

Salvador Dalí - A Persistência da Memória

Mais que um construtor de imagens, o verdadeiro artista é um criador de símbolos - novos símbolos, arquétipos que virão a fazer parte do imaginário de uma civilização. Um dos maiores criadores de símbolos da História da Arte foi o catalão Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domenèche, primeiro marquês de Dalí de Pubol (1904 – 1989), mais conhecido como Salvador Dalí.
Excêntrico, visionário, artista multimídia, dono de uma imaginação sem fronteiras, criador de imagens chocantes e bizarras, Salvador Dalí é a personificação do Surrealismo - movimento artístico que busca explorar o papel do inconsciente no processo de criação, expressando visões despidas do controle da razão, da estética ou da moral. A onipotência do sonho, uma das marcas dos artistas surrealistas, permeia a obra de Dalí. Mas por mais surpreendentes que os temas de Dalí pareçam (outra característica da arte surrealista), seus trabalhos são imbuídos de beleza. De fato, ele criticava a arte moderna por promover a feiura generalizada e a hipervalorização da técnica.
Em A Persistência da Memória, seu quadro mais conhecido, pintado em 1931, Dalí derrete relógios numa ampla paisagem, criando um símbolo da relatividade do espaço e do tempo, desconstruindo a noção humana de ordem cósmica. No meio da composição, há uma figurara vagamente humana, uma evocação às imagens que surgem nos sonhos, as quais não conseguimos distinguir. Dalí usa essa figura também em outras obras como uma representação dele mesmo, o narrador que observa e ao mesmo tempo participa. Um dos relógios está coberto de formigas, símbolo que Dalí usava para representar a morte. Vanitas...



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