O norueguês Edvard Munch não pintou
retratos, paisagens ou outros temas. Munch pintou emoções. Famoso pelo tratamento
intensamente evocativo de temas psicológicos e pelo simbolismo pessoal, Munch
influenciou profundamente os expressionistas, em especial os alemães. Na verdade,
seu quadro mais famoso, O Grito, pintado
pela primeira vez em 1893 (ele repetiu o tema diversas vezes), pode ser visto
como uma síntese do conceito de Expressionismo. Esse movimento artístico
buscava apresentar o mundo a partir de uma perspectiva subjetiva, para
expressar o sentido da experiência emocional em lugar da realidade física. Em O Grito, Munch anula a realidade física, distorce-a, transformando-a em ondas que
emanam a partir do personagem, um ser vagamente humano, quase fantasmagórico, transformado
pela emoção que o arrebata. O rio deixa de ser rio, a ponte, de ser ponte e o
céu não é mais céu: tudo se transforma como uma miragem provocada pelo sentimento
que domina o personagem. Provavelmente, nós vejamos nosso mundo individual dessa
mesma forma: distorcido pelas nossas percepções subjetivas, pelas nossas
emoções e sentimentos.
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