A obra
de Giotto (1266/7 – 1334) é um dos maiores divisores de água da história da
arte. O pintor florentino foi o primeiro de uma série de artistas cujo trabalho
contribuiu para o surgimento do Renascimento. Giotto foi o mestre que iniciou
os grandes mestres, fundador de uma linhagem que culminou em Leonardo,
Michelangelo e Rafael.
Giorgio Vassari (1511 – 1574), que estabeleceu os fundamentos da literatura da história da arte com seu livro As Vidas dos Pintores, Escultores e Arquitetos Mais Eminentes, escreveu que Giotto foi o criador “da grande arte da pintura como a entendemos hoje, introduzindo a técnica de desenhar com base na natureza, algo que tinha sido esquecido por mais de duzentos anos”.
De fato, a pintura de Giotto foi uma ruptura. Em
vez de das representações planas, sem vida, da arte bizantina, Giotto pintava
homens e mulheres conforme a realidade, colorindo com sua paleta as emoções humanas.
Nos afrescos da Capela Scrovegni, em Pádua, também conhecida como
Capela da Arena, Giotto atinge o auge. Os afrescos – em muitos dos quais se
destaca um azul tocante – estão entre as principais obras do início do
Renascimento. O Beijo de Judas, que
transborda emoção e movimento, faz parte desses painéis, concluídos em 1305,
que narram a vida da Virgem e de Cristo.
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